sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Carocinho no Peito

N.F.A, 1 ano e 2 meses, branca, feminina - queixa principal: carocinho no peito
Autor: Victor Cordero Zarate Júnior
Identificação: N.F.A, 1 ano e 2 meses, branca, feminina.
Queixa Principal: “carocinho no peito”.
HDA: Mãe relata que no primeiro mês após o nascimento notou aparecimento de um nódulo no tórax sob o mamilo direito, motivando a busca de auxílio médico. A pediatra indicou fazer massagem na região e compressas de água quente (sic), sendo que a mãe não seguiu a orientação e o nódulo involuiu espontaneamente após alguns dias. Aos quatro meses de idade, o nódulo novamente surgiu e dessa vez apareceu inicialmente sob o mamilo direito e há um mês sob o mamilo esquerdo. Nega galactorreia e sinais flogísticos. Mãe relata que amamenta a criança e não faz uso de anticoncepcional ou qualquer outro hormônio. Nega que a filha apresente secreção vaginal. Nega alterações do choro e do sono.
Hist. fisiológica:Nascida de parto normal a termo, pesando 3.500g e medindo 59,8 cm. Acompanhamento pré-natal adequado. Mãe refere bartolinite durante a gestação. Amamentação exclusiva com leite materno até seis meses. Atualmente, a alimentação da paciente é baseada em leite de vaca e vegetais. Não faz uso de carnes.
HPP:Mãe refere que a criança apresentou bronquite. Nega internações, cirurgias, ou hemotransfusão. Nega alergia medicamentosa e alimentar. Calendário vacinal completo (visto na consulta). Nega doenças comuns da infância.
Hist. familiar:Avô paterno com hipertensão arterial sistêmica e diabetes mellitus tipo 2. Avó materna falecida de câncer uterino. Pai e mãe saudáveis.
Hist. pessoal e social:A paciente reside com pai, mãe, avós, tia e dois irmãos em cada cedida em bairro da perifieria do Rio de Janeiro. A casa é de alvenaria e possui luz elétrica e saneamento básico. Recolhimento regular de lixo. Pai, avô e tia garantem o sustento da família.
Ao exame:Ectoscopia: paciente em bom estado geral, corada, hidratada, anictérica, acianótica e afebril ao toque. Não há presença de adenomegalia palpável.
Peso: 10 Kg Altura: 82cm FC: 62bpm PA:110x70mmhg Tax: 36,4C
ACV: Ictus visível na linha hemiclavicular esquerda, palpável, 1 polpa digital, ausência de frêmitos e choque valvar. Ausculta: RCR 2 T BNF sem sopros ou extrasistoles.
AR: tórax com expansibilidade preservada, presença de nódulos na região dos mamilos direito e esquerdo. Nódulos moveis à palpação, indolores, de consistência elástica medindo 4 cm. Claro atimpânico à percussão . MVUA, sem ruídos adventícios.
Abdômen: peristalse presente, timpânico à percusão, fígado palpável a 3,0 cm do rebordo costal direito, indolor à palpação superficial e profunda sem sinais de irritação peritoneal.
Genitália: discreto prolapso himenal, hímen preservado.
Orofaringe: língua geográfica, dois incisivos centrais inferiores e dois superiores.

Perguntas:
1)Qual principal hipótese diagnóstica?
2)Como podemos classificar a partir do diagnóstico?
3)Como podemos definir a provável hipótese diagnostica?
4)Qual a fisiopatologia relacionada ao caso?
5)Como podemos realizar o diagnóstico?
6)Qual o tratamento?


Fonte: medstudents.com

2 comentários:

  1. As respostas estarão em três dias no Blog, vamos lá gente um bem traquilo para começar!!

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  2. 1)Qual principal hipótese diagnóstica?
    Principal hipótese diagnóstica é telarca precoce.

    2)Como podemos classificar a partir do diagnóstico?
    Podemos classificar como pseudopuberdade precoce ou precocidade isosexual incompleta. Secreção de esteróides sexuais de origem gonadal ou adrenal, independente do estímulo do GnRH.

    3)Como podemos definir a provável hipótese diagnostica?
    Telarca prematura é definida como o desenvolvimento mamário antes dos oito anos, sem outras evidências de efeito estrogênico ou avanço na idade óssea e adrenarca ou pubarca prematura, como o aparecimento de pêlos pubianos, axilares ou ambos, sem outros sinais de desenvolvimento puberal e/ou virilização.

    4)Qual a fisiopatologia relacionada ao caso?
    Secreção autônoma de estrogênios, que pode ter como origem cisto ou tumor ovariano, por uma neoplasia adrenal ou, ainda, pela exposição inadvertida a estrogênios exógenos, cistos foliculares são causas mais comuns na infância.

    5)Como podemos realizar o diagnóstico?
    O diagnóstico pode ser clínico, e por exames complementares. O diagnóstico clínico pode ser de difícil conclusão já que apresentam sinais precoces semelhantes entre possíveis causas de precocidade sexual. A história clínica pode sugerir ingestão ou exposição de estrogênios, trauma cerebral, anormalidade perinatal. Determinar curva de crescimento. Exame físico para determinar o desenvolvimento sexual pelos critérios de Turner, sinais de virilização e manchas café com leite, exame da genitália, pesquisa de massa abdominal e anexial além de sintomas tireoidianos (hipotireoidismo). Diagnóstico complementar é feito com dosagem de hormônios (TSH, T3, T4, gonadotrofinas, estradiol, dosagem de androgênios testosterona e DHEA-S e 170H-pro-gesterona) ultra-sonografia pélvica, radiografia de mão e punho.

    6)Qual o tratamento?
    O tratamento está relacionado à causa da puberdade precoce. Caso seja neoplasia ovariana ou adrenal o tratamento é cirúrgico. Se estiver relacionada ao hipotireoidismo deve ser administrado hormônio tireoidiano. Se estiver relacionada ao uso de drogas que contenham em sua formulação estrogênio, essa droga devera ser suspensa.

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